sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Propaganda: O CASTELO (Paralelo Cia. de Dnaça)



O Castelo de Kafka em espetáculo de dança


Paralelo Cia de Dança faz temporada do seu novo espetáculo no Teatro Santa Roza









A Paralelo Cia de Dança estréia, na sexta-feira, dia 02 de outubro, o espetáculo de dança contemporânea O Castelo, inspirado no livro de Franz Kafka. A companhia paraibana ficará em cartaz  no Teatro Santa Roza, nos dias 02, 03 e 04; 09, 10 e 11; 16, 17 e 18 de outubro. Sextas, sábados e domingos ,às 20h, com ingressos ao preço de R$10 (inteira) e R$5 (estudante).


O Castelo tem direção geral e coreografia de Joyce Barbosa, com participação  coreográfica do bailarino Arthur Marques. O espetáculo traz ao palco três bailarinas: Joyce Barbosa, Lília Maranhão e Vanessa Queiroga, com trilha sonora original, e executada ao vivo, do músico Erick de Almeida, e criação e execução de luz assinada por Fabiano Diniz.


A montagem e temporada do espetáculo é financiada pelo Prêmio de Dança Klauss Vianna 2008, realizado pela Fundação Nacional de Artes (FUNARTE), Ministério da Cultura (Minc) com patrocínio da Petrobrás. A temporada conta também com o patrocínio do Governo do Estado da Paraíba e com os apoios da Prefeitura Municipal de João Pessoa, através da Funjope, e do grupo Graxa de Teatro. 




O castelo


O espetáculo foi construído a partir das reais impressões, metafóricas ou não, do ‘Castelo’ de Franz Kafka. Nos utilizamos de textos complementares, exteriores a obra final, que analisavam ‘O Castelo’ como literatura, assim como avaliavam os posicionamentos do autor perante a sua proposta de escrita, o que terminou por contribuir com o alcance das impressões pessoais de cada componente da companhia. Possibilitando, ainda, o desenvolvimento de todo o conjunto: figurino, cenário, movimentação, música e iluminação.


Kafka, mesmo dentro de sua confabulação realista, traz no ‘Castelo’ o ritmo burocrático do dejà vú. Cenas que parecem se repetir de perspectivas completamente diferentes das mostradas anteriormente, tendo o castelo como ponto de partida (ou de chegada) para o que se deseja. O protagonista dessa cruzada, K., se alimenta da idéia de conversar com a pessoa do castelo que contratou seus serviços de agrimensor e essa tentativa se mostra cada vez mais inapropriada e impossível de ocorrer, dando espaço textualmente para o surgimento da hierarquização e a dificuldade de aproximação dos estamentos superiores. O que leva K. a um estado de profundo desanimo e, em seguida, conformismo.


O leitor é conduzido juntamente com K., ao final, a um estado de letargia e cansaço, onde ele não tem mais certeza se o castelo de fato existe e se suas inúmeras tentativas de se alcançar um objetivo e repetir uma tarefa designada por muito tempo e nunca conseguir findá-la fizeram ou farão algum sentido. Mas não vai embora. Prefere ficar.


O Le motive do ‘Castelo’ como espetáculo de dança se sustenta nas características da repetição de algo em que, por vezes, não acreditamos que chegará ao final ou mesmo que não tem fim, mas que por razões exteriores a nós nos acostumamos e assumimos a proposta de partícipes de um sistema que consume e suga, mas que não desenvolve.


Joyce Barbosa
 




Vamos prestigiar a dança na nossa cidade! Queremos ver todos por lá! ;)

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Os espetáculos do grupo


Na primeira produção, o balé Andanças (2004), o grupo brinca com os pequenos e grandes obstáculos encontrados no caminho da dança: a tortura das repetições nos ensaios, a indignação pela falta de espaço para se expressar sendo ignorado pelos outros, o esforço para continuar com seus objetivos, a exaustão com que cada dia termina e a chegada das palmas como reconhecimento. 
 

O Andanças recebeu os prêmios de Melhor Trilha Sonora (Chico Correa & Electronic Band) e Bailarina Revelação (Ali Cagliani) na Mostra de Dança Livre do SESC em 2005.
Em Mandrágora (2006/2007), segundo trabalho do grupo, o movimento preso transforma-se gradativamente no movimento prazeroso, percorrendo  o caminho da prisão à liberdade, da morte à vida, das conchas do mar para a terra, da raiz da mandrágora para as pétalas. 
Desta vez a trilha sonora é composta por músicas do disco Ancestrais de Milton Dornellas com a participação do Quinteto da Paraíba que é a base sólida que acompanha os movimentos.
O último trabalho estreado do ACena, Pulsação (2008), obteve financiamento do FIC/2007 para a sua montagem. A adesão de novos bailarinos e a direção da bailarina e coreógrafa Joyce Barbosa (Paralelo Cia de dança) dá continuidade ao trabalho iniciado por Rosa Cagliani e uma nova cara ao grupo.
O espetáculo busca tratar, dentro de parâmetros como o peso, fluxo, tempo e direção, o contexto do nascimento das relações que são, de pronto, permeadas pela cumplicidade. Seja a relação de amizade, profissionalismo, amor ou irmandade.
Pulsação é encontrar um ritmo específico para cada pessoa que passa por nossas vidas e fica. É encontrar, também, o ritmo daquelas que passam e se vão. É descobrir o que nos foi deixado, para então reconstruir.
O ACena ainda, neste espetáculo, agrega os dois compositores da trilha original deste trabalho: Erick de Almeida (BaLuarTe) e Thiago Sombra (The Silvias: 20h domingo, Seu Pereira e Coletivo 401 e Chico Correa & Electronic band), que mesclam efeitos eletrônicos com a música popular executando as composições ao vivo.

Um pouco da história do grupo


O ACena surgiu em 2003 e  atualmente é um grupo de direção coletiva, composto por Ali Cagliani, Bia Cagliani e Laís Luah, desde maio de 2008 passou a convidar coreógrafos e bailarinos para a composição dos seus espetáculos.

Os jogos de improvisação e aulas de diversas técnicas fazem o dia-a-dia destes intérpretes/criadores que aprenderam, através da mão carinhosa da sempre amada Rosa Cagliani, a apresentar em suas produções uma visão poética e delicada no tratamento dos temas propostos.
Já participaram do grupo Larissa Montenegro, Flávia Camboim, Marilia Alcoforado, Aretha Paiva e Marcos Brandão.